BRASIL ENTRA NA “GUERRA DOS CHIPS” ENTRE EUA E CHINA
Nos últimos dois meses, o governo dos Estados Unidos tem demonstrado interesse em promover investimentos na cadeia de semicondutores do Brasil e tem sinalizado isso a múltiplos integrantes do governo Lula.
Essa iniciativa tem como objetivo aproximar os vizinhos americanos e provocar a China na chamada “guerra dos chips”.
De acordo com a Folha de S. Paulo, a secretária de Comércio dos EUA, Gina Raimondo, mencionou durante a visita do presidente brasileiro à Casa Branca as oportunidades de investimento que surgirão com a chamada Lei dos Chips em várias etapas da cadeia de semicondutores.
Caso os investimentos se concretizem, os EUA poderão impor restrições a exportações e negócios com a China. Essas ações podem fortalecer a posição dos Estados Unidos na corrida pela liderança na indústria de semicondutores.
A Lei dos Chips é um pacote de investimentos de US$ 52 bilhões aprovado pelo Congresso dos Estados Unidos, com o objetivo de estimular a indústria de semicondutores e reduzir a dependência de países asiáticos. Essa medida visa manter os EUA na liderança da guerra tecnológica com a China.
Além disso, os EUA impuseram restrições à exportação de chips, tecnologia e equipamentos para a China como forma de atrasar o desenvolvimento tecnológico do rival.
A secretária de Comércio dos EUA, Gina Raimondo, mencionou a possibilidade de investimentos na cadeia de semicondutores do Brasil durante a visita do presidente brasileiro à Casa Branca e também durante um telefonema ao vice-presidente Geraldo Alckmin.
Além disso, a Representante do Comércio dos EUA, Katherine Tai, chegará ao Brasil acompanhada de uma delegação de empresários interessados em investir no país, incluindo a área de semicondutores.
Caso haja um investimento dos Estados Unidos na cadeia de semicondutores do Brasil, o mesmo virá acompanhado de várias restrições a exportações e negócios com a China.
De acordo com a Lei dos Chips americana, as empresas que receberem fundos americanos serão proibidas de participar de qualquer negócio que envolva a fabricação ou o aumento da capacidade de produção de determinados semicondutores na China em um prazo de 10 anos, exceto negócios pré-existentes, que não poderão ser ampliados.
Além disso, uma outra condicionante é a regra do produto estrangeiro direto, que é uma diretriz do governo Biden. Essa regra proíbe as indústrias que usam software, tecnologia ou maquinário americano, em qualquer lugar do mundo, de exportar determinados chips e componentes para a China sem a autorização dos Estados Unidos.
O país está buscando transferir a produção de semicondutores de países asiáticos para países ocidentais mais próximos de seu território, como México, Brasil e Costa Rica, seguindo a tendência de “nearshoring”.
No entanto, atualmente, o Brasil conta apenas com 11 grandes empresas na cadeia de produção de semicondutores, atuando apenas na finalização dos componentes e não no frontend, etapa em que o componente é fabricado, o que é restrito a poucos países.
De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, por meio de um grande investimento e transferência de tecnologia, as plantas existentes no Brasil poderiam expandir suas atividades para incluir a fabricação de semicondutores na etapa de frontend, produzindo chips de 14 nanômetros em um prazo de 10 a 15 anos, que poderiam abastecer a indústria automobilística nacional.
Os semicondutores são componentes essenciais em dispositivos como celulares, carros autônomos, drones, computação avançada e equipamentos militares, e estão no centro do conflito tecnológico entre os Estados Unidos e a China.
A escassez global de semicondutores, causada pela pandemia de Covid-19, tem levado muitos países a buscar investir em produção doméstica para reduzir a dependência de importações de países asiáticos e encontrar fornecedores mais próximos geograficamente.
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