Passo a Passo Para Simular Sua Aposentadoria
Calcular a aposentadoria pode parecer complexo, mas seguindo um passo a passo claro, torna-se uma tarefa mais simples.
- Reúna os Documentos Necessários: Certidão de Tempo de Contribuição (CTC), carnês de contribuição (esses documentos podem ser obtidos no site do Meu INSS, explicamos tudo no artigo Acessando Serviços do INSS Online), e comprovantes de rendimentos.
- Verifique o Tempo de Contribuição: Soma dos períodos trabalhados e contribuídos.
- Calcule a Média Salarial: A média dos maiores salários correspondentes a 80% do período contributivo.
- Aplique a Fórmula do INSS: Utilizando a média salarial e o fator previdenciário, se aplicável.
- Considere as Regras de Transição: Para aqueles que se enquadram nas regras de transição da Reforma da Previdência (continue lendo para entender em qual categoria se enquadra).
Ferramentas Online Para Simular Sua Aposentadoria
Existem diversas ferramentas online que podem ajudar a simular a aposentadoria. Esses simuladores utilizam as informações fornecidas para calcular uma estimativa do valor do benefício.
- Meu INSS: Plataforma oficial do INSS para simulação de aposentadoria.
- Calculadora da Previdência: Ferramenta disponível no site do Governo Federal.
- Aplicativos de Bancos: Alguns bancos oferecem simuladores de aposentadoria.
Como Funciona o Cálculo?
Para calcular a aposentadoria por idade, é fundamental considerar as faixas etárias mínimas estipuladas: 65 anos para homens e 62 anos para mulheres. Além disso, é necessário ter acumulado um histórico de contribuição de pelo menos 15 anos, somando um total de 180 meses de carência.
O método de cálculo varia de acordo com a regra aplicável ao seu caso específico.
- Para contribuintes que atingiram os requisitos antes da Reforma Previdenciária (até 12 de novembro de 2019):
- Cálculo: 70% da média dos 80% maiores salários.
- Acréscimo: 1% para cada ano completo de contribuição.
- Período de Transição – para quem já contribuía para o INSS antes da Reforma Previdenciária:
- Fórmula: 60% da média de todos os salários.
- Acréscimo: 2% para cada ano de contribuição adicional após 15 anos para mulheres e 20 anos para homens.
- Regra Definitiva – para quem começou a contribuir para o INSS após a Reforma Previdenciária (a partir de 13 de novembro de 2019):
- Método: 60% da média de todos os salários.
- Acréscimo: 2% para cada ano de contribuição adicional após 15 anos para mulheres e 20 anos para homens.
Fórmula Para o Cálculo:
- Calcular a média dos salários de contribuição: Some todos os salários de contribuição corrigidos a partir de julho de 1994 e divida o total pelo número de meses de contribuições após essa data.
- Determinar o coeficiente: Comece com 60% e adicione 2% para cada ano de contribuição que exceda 15 anos para as mulheres e 20 anos para os homens.
- Calcular o benefício: Multiplique a média dos salários de contribuição pelo percentual do coeficiente encontrado.
Exemplo: João tem 65 anos completos. Contribuiu para o INSS por exatos 25 anos. A média das suas contribuições resulta no valor de R$ 3.000,00. Como possui 5 anos a mais do que os 20 anos de contribuição obrigatórios, terá o direito a mais 10% de coeficiente de aposentadoria (2% por cada ano a mais contribuídos, ou seja, 10%). Desse modo, o cálculo para sua aposentadoria se dará da seguinte forma:
Média de Contribuições R$ 3.000,00 x Coeficiente = 70% (60% + 10%) = R$ 2.100,00 (este será o valor mensal recebido por João a título de aposentadoria).
Informações Importantes
Caso você tenha algum período de trabalho rural, para comprová-lo, é necessário reunir diversos documentos que demonstrem o exercício de atividades rurais. A seguir, estão listados os principais documentos que podem ser utilizados para essa comprovação:
Documentos Pessoais e Familiares:
- Certidão de Nascimento (se constar profissão dos pais como lavradores).
- Certidão de Casamento (se constar profissão do cônjuge como lavrador).
- Carteira de Identidade (RG).
- Cadastro de Pessoa Física (CPF).
Documentos de Propriedade e Posse da Terra:
- Escritura ou Contrato de Compra e Venda de Imóvel Rural.
- Contrato de Arrendamento, Comodato ou Parceria Agrícola.
- Certidão de Registro de Imóvel.
- Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP).
- Certificado de Cadastro de Imóvel Rural (CCIR).
Documentos de Produção e Comercialização:
- Notas Fiscais de Venda de Produtos Agrícolas.
- Comprovantes de Pagamento de Contribuições ao Sindicato Rural.
- Fichas de Associados em Cooperativas Rurais.
- Declaração de Imposto de Renda (se constar atividade rural).
- Comprovantes de Empréstimos Bancários para Atividades Rurais.
Documentos de Instituições:
- Declaração do Sindicato dos Trabalhadores Rurais.
- Declaração de Escola (indicando que os filhos estudavam em escolas rurais).
- Ficha de Inscrição no Sindicato.
- Fichas de Associado em Associações Rurais.
Outros Documentos:
- Recibos de Pagamento de Serviços de Saúde ou outros pagamentos em que conste atividade rural.
- Comprovantes de Pagamento de Empréstimos em que a renda seja oriunda de atividade rural.
- Certidão de Baptismo (se constar a profissão dos pais como lavradores).
Testemunhas:
- Depoimento de Testemunhas (pessoas que conheçam e possam confirmar o exercício da atividade rural).
A documentação pode variar conforme a situação específica do trabalhador rural (se é segurado especial, se é empregado rural, se é proprietário, meeiro, arrendatário, etc.). É importante reunir o maior número possível de documentos para fortalecer o pedido de aposentadoria. Além dos documentos citados existem muitos outros documentos que servem como prova do tempo de trabalho rural.
É permitido trabalhar após a aposentadoria?
Sim, é permitido trabalhar após a aposentadoria no Brasil. Os aposentados podem continuar a exercer atividades remuneradas, seja como empregados formais, autônomos ou empreendedores. No entanto, é importante estar ciente de algumas considerações:
- Contribuição Previdenciária: Mesmo aposentado, ao continuar trabalhando com carteira assinada ou como contribuinte individual, você deverá continuar contribuindo para a previdência social. Contudo, essas contribuições não aumentarão o valor da aposentadoria que já está recebendo.
- Aposentadoria Especial: Para aqueles que se aposentaram com aposentadoria especial, ou seja, em função de atividades que prejudicam a saúde ou a integridade física, existem restrições. Se o aposentado voltar a trabalhar em uma atividade considerada insalubre, ele pode perder o benefício da aposentadoria especial.
- Regras e Direitos Trabalhistas: Os aposentados que voltam ao mercado de trabalho têm os mesmos direitos e deveres trabalhistas que os demais trabalhadores, como direito a férias, 13º salário, FGTS, etc.
- Impacto no Planejamento Financeiro: Trabalhar após a aposentadoria pode ser uma ótima maneira de complementar a renda, permitir um estilo de vida mais confortável, ou mesmo ajudar a se manter ativo e produtivo.
- Previdência Privada: Se você tem um plano de previdência privada, é possível que ele tenha regras específicas sobre contribuições e recebimentos simultâneos com o benefício da aposentadoria.
Conclusão
Entender e calcular sua aposentadoria é um passo fundamental para garantir um futuro seguro e tranquilo. Com as informações e ferramentas certas, você pode fazer um planejamento eficiente e se preparar adequadamente para essa nova fase da vida.