DNA REVELA HISTÓRIA DE NOVOS POVOS DA EUROPA NO FIM DA ERA DO GELO
Dois estudos publicados recentemente na prestigiosa revista científica Nature levaram a novas descobertas sobre a história genética de populações de caçadores-coletores que viveram na Europa pré-histórica entre 35.000 e 5.000 anos atrás.
Os pesquisadores analisaram o DNA extraído dos restos mortais de 357 europeus antigos e identificaram a existência de pelo menos oito grupos populacionais distintos, alguns dos quais eram mais divergentes geneticamente do que os europeus e asiáticos modernos.
Essas populações coexistiram na Europa por milhares de anos, algumas sobreviveram à Idade do Gelo, enquanto outras podem ter desaparecido devido a conflitos com outros grupos.
Complexidade genética
Essas descobertas revelam a complexidade da história genética da Europa pré-histórica, que não foi habitada por um único grupo de caçadores-coletores que mais tarde deu lugar aos agricultores.
Quando os agricultores chegaram à Europa vindos da Turquia há cerca de 8.000 anos, encontraram descendentes dessa longa história de múltiplas migrações de caçadores-coletores com características físicas e culturais variadas.
Essas populações distintas se misturaram e migraram pelo continente, resultando em significativa diversidade genética. Essa complexidade genética sugere que houve alguns contatos culturais esporádicos entre as populações e que eles podem ter compartilhado ideias e artefatos.
História das principais linhagens
Os cientistas descobriram que as duas principais populações que viveram na Europa há cerca de 30 mil anos pertenciam a duas ondas distintas de migração que chegaram ao continente.
Esses grupos, conhecidos como Fournol e Vestonice, praticavam a mesma cultura, mas estavam distribuídos em diferentes partes da Europa e apresentavam diferenças genéticas significativas. Os descendentes de Fournol continuaram a viver na Península Ibérica após a última era glacial, enquanto outros se espalharam para o norte e se tornaram uma nova população chamada GoyetQ2.
O Vestonice não sobreviveu à Idade do Gelo e foi substituído por Villabruna, que se expandiu por toda a Europa e encontrou GoyetQ2, formando uma nova população chamada Oberkassel.
Cerca de 14.000 anos atrás, um forte pulso de aquecimento criou florestas em grande parte da Europa. O povo de Oberkassel provavelmente era melhor em caçar na floresta, enquanto o GoyetQ2 recuou quando a estepe recuou. Oberkassel encontrou um novo grupo de caçadores-coletores, os Sidelkino, que provavelmente vieram da Rússia.
Aparência
Uma nova técnica para extrair DNA humano de sedimentos de cavernas é uma ferramenta promissora para reconstruir a história genética de antigos caçadores-coletores e pode ajudar a responder algumas dessas questões no futuro.
A tecnologia permitiu que os pesquisadores aprendessem detalhes surpreendentes sobre a aparência dessas populações antigas e entendessem como elas se adaptaram a diferentes ambientes. Com base na análise genética, Sidelkino provavelmente tinha olhos negros e pele clara, enquanto Oberkassel tinha olhos azuis e talvez pele escura.
Com base na análise genética, essas características são apenas indicativas. O surgimento dessas populações também pode ser influenciado por outros fatores, como dieta e condições ambientais.
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